quarta-feira, 28 de março de 2018

Resenha – Guerra do velho, John Scalzi, 2016, Editora Aleph.

Sinopse
A humanidade finalmente chegou à era das viagens interestelares. A má notícia é que há poucos planetas habitáveis disponíveis – e muitos alienígenas lutando por eles. Para proteger a Terra e também conquistar novos territórios, a raça humana conta com tecnologias inovadoras e com a habilidade e a disposição das FCD - Forças Coloniais de Defesa. Mas, para se alistar, é necessário ter mais de 75 anos. John Perry vai aceitar esse desafio, e ele tem apenas uma vaga ideia do que pode esperar 


A historia

Esse era um livro que a princípio achei que não fosse ler. Primeiro, porque nunca fui muito chegado em ficção cientifica militar, tive uma péssima experiência ideológica com tropas estelares ; segundo, eu tinha tanta leitura atrasada, que não sabia se valia a pena fazer esse livro furar a fila. Contudo, os editores da Aleph falaram de forma tão empolgada da obra que resolvi “experimentar”. Felizmente fiz isso, li o livro quase todo numa tacada.

A leitura flui de maneira tão espontânea, que as vezes nem percebemos que estamos lendo, o ritmo em que o narrador John Perry relata é simples e direto. Sendo uma narrativa em primeira pessoa, a personalidade do narrador se torna muito importante, pois é através do filtro dele que vemos os fatos, e no caso do Perry, devido ao seu senso de humor, torna a história leve e cômica.

Contudo esse não é um livro de humor, no espaço os humanos estão em guerra com toda sorte de alienígenas, de tantos tipos e objetivos diferentes que cada batalha se torna única e tendo como resulto um alto índice de mortalidade.

A raça humana e esses alienígenas estão numa corrida para colonização dos planetas e luas habitáveis na galáxia, toda regra que conhecemos na guerra aqui não é válida, o certo e errado se torna muitas vezes ambíguo, pois numa hora se estar lutando com seres de carapaça e garras afiadas como facas, outros momentos com seres de uma polegada ou mesmo um fungo.
No meio de tudo isso, John Perry, e seus amigos (a velharia) tentam manter um resquício de humanidade se apegando aos mais básico traço humano, o companheirismo.

Conclusão final
Guerra do velho é um livro que vale muito a pena ler, não só por sua leitura agradável como por seu enredo único, (não me ative ao detalhes para não dar spoiler), mas também que é uma história profunda, que não só fala de guerra, fala de suas marcas e consequências, reflexões sobre envelhecimento e sabedoria e por fim tem uma história de amor que ultrapassa todas as barreiras, pois, todos precisamos de amor.


Livro Físico                                      Livro Digital       
                            

domingo, 25 de março de 2018

Resenha - A Colonia, Ezekiel Boone, 2016, Suma das letras




No cinema história de insetos gigantes é bastante explorado, em se tratando de aranhas, nem se fala, sem muita dificuldade encontramos uma meia dúzia de filmes com essa temática. Já na literatura não se pode dizer a mesma coisa, o tema é quase inexplorado, (não sei bem o porquê, talvez seja porque não tenha o mesmo apelo visual das telonas ou mesmo porque esse tema tenha se tornado "clichê" devido aos filmes), assim foi com uma certa surpresa que me deparei com esse livro e como sou um grande fã desse tipo de história isso me levou a ler o livro.
A história começa com uns turistas que estão fazendo uma visita ao peru, quando percebem que algo está errado, a floresta está totalmente calma, não tem nenhum tipo de bicho, eles simplesmente sumiram, a culpa disso é de uma espécie de aranha com mais de 10 mil anos acordou e vai devorando tudo pelo frente.
Da forma como livro está organizado fica evidente que não será algo localizado, pois os capítulos ficam pulando de um lugar para outro no mundo, (igual aqueles filmes apocalíptico do Roland Emmerich que fica mostrando de vários ângulos, o autor faz o mesmo com a infestação das aranhas).
Pois bem, a história desenrolava e fiquei esperando os ataques das aranhas, esperei mais um pouco, esperei mais um “pouquinho” e nada dessas pernudas, elas só vieram realmente dar o ar da graça na reta final do livro, nos últimos 10% a 15%, me senti comprando um Ruffles. Isso aconteceu porque o livro é o primeiro de uma trilogia, ou seja, é praticamente uma introdução, o que não seria defeito, se fosse alertado pela editora, o que não foi, então você fica esperando um desfecho que não vem.
Além disso, eu fiquei muito incomodado com o mal aproveitamento de muitos personagens, eles devem ser importante nos outros livros, mas nesse tem vários que se fossem retirados não fariam a menor falta, não contribuíram em nada para a história, fica parecendo que o autor está enchendo a linguiça, eu espero que não.
Tirando esse pontos que citei, eu particularmente gostei do livro, pois apesar da demora, quando as aranhas "chegaram" elas mostraram a que vieram. Não considero um terror, se você não tiver aracnofobia é uma história bem leve, gostosa de ler. As descrições do autor são muito boas, principalmente nos ataques das aranhas, além disso, o livro ficou com um gancho legal para o próximo.

Eu recomendo. 

Essas foram apenas opiniões pessoais, para uma maior compreensão do livro eu indico sua leitura.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Miniconto - Gato preto



 – Mas que maldito fedor é esse? – Alan se perguntou.
   Ele estava no escuro sentado numa cadeira de balanço. Deu um impulso para pô-la em movimento, adorava ficar nesse pra frente, pra trás, ainda mais agora, pois isso fazia a catinga diminuir um pouco.
   Outra coisa que adorava era seu querido gato preto, o qual estava deitado calmamente no seu colo. Seus pelos eram grandes e macios, tinha lindos olhos amarelos. Ele foi um presente de sua falecida mãe, o gato era a única coisa que os unia, por isso não podia perdê-lo.
   Alan alisou seu animal, ele estava muito tenso, rígido, também o coitado tinha motivos para isso, por um tris não morreu. Isso foi há dois dias quando fugiu de casa e foi para a rua.
   Nervoso, Alan foi atrás dele, contudo o que viu foi desesperador, um garoto numa bicicleta surgiu do nada e veio na direção do seu querido amigo. Alan gritou, mas não teve jeito, acertou em cheio seu gato.
   Após o impacto, o garoto foi arremessado da bicicleta, caiu se relando todo no asfalto, mas Alan não ligava para isso, não queria saber se o garoto estava vivo ou morto, a única coisa que importava era o gato.
   Pegou o animal no colo, e para sua surpresa não havia acontecido nada, ele estava são e salvo, não saberia o que faria de sua vida se algo tivesse acontecido, mas felizmente não teria que viver com isso.
   Então com o gato no colo voltou para casa, e desde então resolveu que não o largaria mais, não sairia mais do lado seu querido gato preto, agora passa horas e horas com ele no colo, fazendo-lhe caricias.
   Contudo ele permanece tão quieto, não se mexe mais, talvez esteja traumatizado, mas Alan não vai abandona-lo, vai ficar fazendo-lhe carinho até que melhore, não importe quanto tempo se passe.
   Agora o maldito fedor que só aumentar, estava começando a incomodá-lo, ele não tem a mínima ideia do que pode está provocando-o. Um maldito cheiro de carne estragada, carne podre...
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Este pequeno texto é minha singela homenagem ao conto “o gato preto” de Edgar Allan Poe. Ele era um mestre!

terça-feira, 20 de março de 2018

Resenha – Amorquia, André Carneiro, 1991, Aleph.






Procurando livros clássicos da literatura fantástica brasileira, me deparei com um Autor bastante citado, André Carneiro, e entre suas obras, encontrei um livro que chamou bastante minha atenção. Amorquia.
Assim que vi o titulo me interessei pelo livro, conhecendo um pouco de radicais gregos o nome já me deu uma dica do conteúdo, “Arquia” tem o significado de “governo exercido por”, junto com a palavra “amor”, assim Amorquia seria um lugar governado pelo amor.
E Amorquia é exatamente isso, em um futuro que não sabemos bem sua localização, a humanidade atingiu um ponto em que o ato de trabalhar se tornou obsoleto, todas as atividades essenciais a sobrevivência da humanidade é feita por maquinas, assim as pessoas estão livres para viver suas vidas apenas pela diversão, sendo que a principal seria o sexo, ou seja, as pessoas vivem em função do sexo.
Nas escolas as disciplinas estão relacionadas a ter prazer e ao proporcionar prazer ao seu parceiro, ou parceiros. Num mundo de sexo livre, você querer praticar com apenas uma pessoa é um sinal de demência, e o ato de conversar passou a demonstrar mais intimidade do que o sexo, uma da personagem fala “faço sexo com todos, mas é apenas com você que gosto de conversar”.
Amorquia é um exemplo clássico do debate que a ficção cientifica pode oferecer, esse é um livro essencialmente de ideias, a maioria dos conceitos básicos da nossa sociedade (fidelidade, amor, família, estupro, morte etc.) não faz sentido em Amorquia.
Um dos conceitos que achei mais interessante, e o primeiro apresentado, é o do “machismo”, em Amorquia o machismo é impensável, homem é o sexo frágil; quando se trata de sexo, se o homem não for estimulado o ato não ocorre, dessa forma ele precisa ser seduzido; ao contrario das mulheres os homens não conseguem disfarçar seu desejo. No livro as mulheres saem para “caçar” homens inexperientes, às vezes se vestem de homens, pois o homossexualismo é comum uma vez que elas oprimem os homens, assim eles se sentem mais confortáveis com outros homens.
De alguma maneira, os personagens do livro conseguem viajar no tempo, indo as mais diversas épocas da nossa historia, mostrando o quão chocante são as diferenças sociais entre as duas sociedades.

             O livro não tem um enredo que caminha, ao lê-lo me deu a impressão de está caminhado numa galeria de arte vendo quadros, a cenas são como imagens para serem lidas, vista, e pensadas; ele não segue o estilo de livro de entretenimento, é uma obra para ser lido devagar, é um texto que não agradar a maioria, contudo, se você consegui captar a proposta do autor, a leitura será inesquecível.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Miniconto - Eu te amo!

                                 Imagem (Lucius - jogo)

O que você imagina ao ver está cena, duas pessoas, a primeira é um homem adulto, cerca de quarenta anos, está sem camisa, mostrando sua pele flácida e enrugada, a outra é uma menina de dez anos, alva, cabelos longos, feito duas Maria Chiquinha, esta vestida apenas com uma calcinha com bordado. Ambos estão num quarto escuro, escondido dos olhos de terceiros, pois algo muito macabro esta para acontecer. Contudo se você está temeroso pela menina, não se preocupe, ela sabe se defender.

Jorge foi violentamente jogado contra a parede, seu nariz e sua sobrancelha escoria sangue. O chão estava com uma poça enorme, a luminosidade do quarto era precário, o que era para ser uma coisa em seu favor se tornou algo negativo, por causa da penumbra, não podia ver seu agressor.
Tentando de recompor ele se encostou contra a parede e limpou o sangue do seu rosto, olhou em volta a procura da menina, que tipo de pessoa era aquela?
– moço, cadê você? – a menina falou, sua voz era doce e infantil – moço, você não quer mais brincar? Você disse para mim que ia ser divertido. Não está achado mais divertido?
Jorge ao ouvir a voz começou a se tremer, chorou convulsivamente, as lagrimas de sangue escorriam por seu rosto, sabia que aquele seria seu fim.
– Já sei, você quer brincar de esconde-esconde!
Temendo por sua vida imunda, Jorge se ergueu e foi correndo para a saída, sua perna direita estava muito machucada, tornando a atividade dolorosa, contudo pouco depois de transpor a porta, recebeu um golpe violento pelas costas, foi arremessado para frente, tentou apoiar as mãos no chão, contudo a força da queda foi tão grande que ele arrebentou os dois pulsos.
Nesse momento ouviu uma risada infantil.  Jorge girou seu corpo para fica de frente para a menina. Ela caminhava divagar na sua direção, seus pés deixavam pequenas pegadas de sangue, não era sangue dela.
– Por favor, não me mate, você pegou a pessoa errada! – ele implorou.
– O que foi? você não me ama mais? Há pouco tempo você falou que me amava!
– Você entendeu errado, não era isso que estava pensando...
– Cala essa boca imunda! – a voz da menina ficou cavernosa e seus olhos cintilaram no vermelho do sangue – não é fácil ser a vitima, é?
– Me perdoe, eu não faço mais, eu juro...
– Você entendeu errado, isso não é um julgamento, é uma execução!
Então a menina sorriu inocentemente, faltava um dos dentes da frente, ninguém poderia imaginar que aquela criança era...
– Moço, eu te amo!
Mais uma vez os olhos dela ficaram vermelhos, e os do Jorge perderam totalmente a cor.

Crucificação de Stormtrooper gera polêmica em igreja de Londres




Numa exibição artística em Londres, um modelo em tamanho real de um Stormtrooper da franquia Star Wars foi crucificado numa obra considerada peça central da exposição "Stations of the Cross" ("Via Crúcis", em tradução livre). Voltada para apresentações em igrejas, a peça de arte foi exposta na paróquia St Stephen Walbrook e gerou polêmica — como era a intenção

Realizada pelo artista Ryan Callanan, da companhia de arte britânica Art Below, a obra será realocada para um local mais discreto da igreja após queixas da comunidade local terem sido feitas. Outras peças, incluindo algumas com nudez, também foram questionadas, mas o objetivo da exposição é realmente inspirar um debate, como esclareceu o curador Ben Moore ao site The Art Newspaper.

"Esta é uma exposição com imagens destinadas a provocar o pensamento, uma resposta de artistas que lidam com o desafio e o escândalo da cruz de Cristo. Recomendo essas imagens como forma de abrir nossas ideias e mentes para novas reflexões sobre o significado do eterno", disse o curador ao site.

Esta não é a primeira exibição da exposição "Stations of the Cross". O evento já aconteceu outras duas vezes, em 2014 e 2015, na igreja londrina de St Marylebone. Na época, a imagem crucificada não era de um Stormtrooper, mas sim do músico e ator britânico Pete Doherty (Confissões de um Jovem Apaixonado).


domingo, 18 de março de 2018

Mark Hamill mostra interesse em retornar à franquia Star Wars



Em uma entrevista ao ABC News, Hamill quando questionado se ele gostaria de voltar à saga intergaláctica respondeu:
“Se você não se diverte fazendo um filme de Star Wars, você tem problemas sérios. Ouça, isso são boas palavras para mim. Porque está tudo nas mãos de J.J. [Abrams] agora”.

A dúvida é levantada já que no desfecho de Star Wars: Os Últimos Jedi Luke Skywalker morre desaparecendo ao pôr do sol.

Devido a isso, é possível que Luke não retorne para o episódio IX da franquia, mas caso isso ocorra, Mark Hamill, o intérprete do personagem, ficaria feliz em voltar à franquia, e nem seria uma tarefa difícil, já que desde a primeira trilogia os fantasmas da força são usados para trazer de voltar velhos conhecidos da série. Agora a decisão essas nas mãos do diretor e roteirista J.J. Abrams.

Lembrando que o próximo filme da franquia é o spin-off Han Solo: Uma História Star Wars que chega aos cinemas em 24 de maio de 2018. Já Star Wars: Episódio IX, com direção de J.J. Abrams, chega em 20 de dezembro de 2019.

Resenha – Tropas estelares, Robert A. Heinlein, 1990, GRD.

Robert A heinlein
O Livro tropas estelares de Robert A. Heinlein despensa apresentações, já emigrou das paginas para o cinema em forma de Filme (três para ser exato) e para a televisão como animação. É um daqueles livros de Ficção Cientifica que ultrapassou as barreiras do Gênero e alcançou até quem não é aficionado.
Para quem não conhece, o livro conta a historia de Juan Rico, jovem que se alistou na infantaria do exercito para conseguir a cidadania plena, o que lhe daria uma serie de vantagens, como direito a voto e uma maior liberdade perante o governo.
Entretanto um pouco antes de completar seu treinamento (dois anos), uma raça alienígena de forma insetoíde ataca Bueno Aires destruindo-a completamente, isso inicia uma guerra entre os humanos e esses insetoides. O livro se desenvolve em cima da evolução de Juan Rico e da guerra propriamente dita.
Após ler o livro não vou negar que fiquei decepcionado, primeiramente porque uns 70 % do livro é basicamente de treinamento militar, se você trocar os alienígenas insetoides por outro país se teria um ótimo livro de guerra. Segundo o livro é bastante reacionário, por está no meio da Guerra Fria e o seu autor se um ex-militar não é de se estranhar seu alinhamento politico, nos insetoides vemos claramente uma alusão pejorativa a União Soviética, os extraterreste são uma raça plenamente comunitária, contudo seus operários são tratados como trabalhares acéfalos que são guiados por soldados semi-retardados, os quais obedecem a uma nobreza que não aparece, fica escondida nos subterrâneos das tocas.
A principal evidencia do seu posicionamento anticomunista é a forma como um dos seus personagens se refere a Karl Marx “O Velho místico despenteado de O Capital, inchado, torturado, confuso, e neurótico, não cientifico, ilógico, esta fraude chamado Karl Marx”. Claro que todos sabemos que não se deve confundir a opinião do autor com a de um personagem, contudo a opinião desse personagem (Ten. Cel. Jean V. Dubois) está diluída por todo o livro.
Pelo outro lado, os humanos têm um governo central e controlador, usando de castigos físicos para quem desobedecem as diretrizes dele, o direito de voto só é dado para quem tem a cidadania plena, ou seja, para ex-militares, o que torna automático a manutenção do poder, pois todos os eleitores estão alinhado no mesmo direcionamento ideológico.
Por fim, minha ultima ressalva é por deixar um final aberto, isso não é de todo mal, no entanto frustra um pouco o leitor, que fica o livro todo aguardando um desfecho que não vem.

Não estou desestimulando vocês a lerem, essa é basicamente minha opinião, se não concordam comigo, leia o livro e venha debater.

1984 X Admirável Mundo Novo

Admirável mundo novo, de Aldous Huxley, e 1984 de George Orwell foram dois livros que me marcaram muito. Falarei um pouco sobre eles no mesmo post, isso não chega a ser uma resenha, está mais para uma experiência pessoal.
Apesar de seguirem caminhos diferentes, ambos são distopias, em 1984 ela é totalmente aparente, o mesmo já não acontece em Admirável mundo novo. li ambos em um intervalo de tempo entre eles muito curto, por isso, eles acabaram se mesclando em minha mente, acredito que não consigo falar de um sem citar o outro.
Em Admirável Mundo Novo se assemelha a uma FC clássica onde a ciência fez a humanidade evoluir para um nível de sociedade perfeita, o problema, é que essa sociedade perfeita ficou desumanizada, as pessoas são de tal forma moldadas que agem como autômatos, sem vontade própria seguindo fielmente os padrões sociais.
O enredo se desenvolve quando um “selvagem”, ou seja, uma pessoa que não é fruto dessa sociedade é inserido nela, a partir de então há um contraponto entre uma sociedade futurista e hedonista, e a nossa, já que o “selvagem” tem hábitos e atitudes semelhantes a da época em que o livro foi feito.
Já em 1984 a distopia é totalmente escancarada, regido por um governo totalitário, a sociedade se ver oprimida por uma burocracia, uma mídia altamente manipulável, e um líder que tenta de toda forma obrigar as pessoas agirem de jeito que lhe convém. Aqui ao contrario de admirável, mesmo que se vigiem até mesmo os pensamentos das pessoas, mesmo assim elas têm o livre arbítrio. Muitas obedecem ao Estado mais por medo do que por vinculação a sociedade.
A historia do livro gira em torno de Winston Smith, um homem insignificante que tem trabalho burocrático de alterar documento para o governo nunca parecer está errado, o problema, que fica sabendo que o Estado é errado. Ele começa a querer se revoltar contra o governo, mas ele está só, e não sabe em quem confiar. É a rebelião de um homem só.

O primeiro com seus carros flutuantes e um cenário metálico, já o segundo com prédios decrépitos e lixos amontoados, são duas obras que nós faz pensar sobre o que é liberdade e como vermos o mundo a nossa volta.

Ótimos livros, eu indico, será uma leitura maravilhosa!

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Miniconto - tumulo

Túmulo

Vitor se abaixou e olhou fixamente para o tumulo a sua frente, uma lagrima escorreu por seu rosto, a vida era realmente muito injusta, e a morte chegava sem avisar.
Ainda encarando o tumulo sentou-se na grama, ela era nova, o que indicava que era recente, e que o corpo ainda estava fresco a alguns palmos abaixo dele.
Vitor sentiu um arrepio na espinha ao imaginar o que estava acontecendo ao cadáver, sendo lentamente devorado por vermes, os quais não deixariam que sobrasse nem um pedaço sequer.
Novamente, Vitor sentiu outro arrepio. Afastou a imagem do corpo sendo comido por vermes de sua cabeça. Tentou pensar em outra coisa, contudo o que conseguiu foi em seu ultimo encontro com seu grande amor, a mulher que se tornaria sua esposa se a morte não tivesse entrado entre os dois.
Mais algumas lagrimas escorreram pelo rosto do Vitor, enquanto a imagem do rosto sorridente da Priscila povoava seus pensamentos.
Então, nesse momento, começou a chover, Vitor olhou para cima, sua lagrimas se misturaram as gotas de chuva, provocando uma sensação estranha. Ele não conseguiu mais se conter, se abaixou e começou a cavar com as mãos nuas, grandes quantidade de terra era jogado para trás, depois de algum tempo duas de suas unhas foram arrancadas no processo, isso era para provocar uma dor imensurável, contudo na sua histeria, nem percebeu, continuou cavando loucamente.
Depois de algum tempo Vitor chegou ao seu objetivo, chegou ao caixão. Havia feito um enorme buraco com as mãos, por causa da chuva havia se formado uma enorme poça no local. Vitor estava todo sujo enlameado, suas mãos estavam em carne viva.
Vitor deu um passo atrás, agora que chegou ao caixão sua coragem se esgotou, não sabia se conseguiria abri-lo, também não sabia por que estava fazendo isso, ele poderia dar as costas e refazer sua vida.
– Não, eu tenho que saber a verdade! – gritou.
Então no impulso ele abriu o caixão, seus olhos se arregalaram, seu labio tremeu ao mesmo tempo que um grito nefasto saiu de sua boca:
– Não! É verdade! É verdade!
Desesperado olhou novamente, não conseguia entender aquele corpo, então virou o rosto para lapide, pela centésima vez leu o que estava escrito:
“EM MEMORIA DE VITOR FERREIRA, AQUELE QUE AMOU DURANTE A VIDA E SERÁ AMADO DEPOIS DA MORTE!”



Resenha – Guerra do velho, John Scalzi, 2016, Editora Aleph.

Sinopse A humanidade finalmente chegou à era das viagens interestelares. A má notícia é que há poucos planetas habitáveis disponíveis – e...